Reflexões

A idolatria da bondade

O tema que irei abordar hoje, tem atingido uma parte considerável de nós, principalmente das mulheres: O desejo de cuidar do outro, de praticar a bondade.

A afetividade em suas variadas formas, são comuns a nós mulheres. Existem mulheres que, com muita garra, são hoje, grandes líderes comunitárias, fundadoras de ONGs e muitos outros feitos. Existem ainda, aquelas mulheres que simplesmente ajudam a todos, em tudo, o tempo todo.

As obras em si mesmas têm um poder de nos fazer grandes e lembrados. Elas não nos ajudam, em muitos casos, a sermos pessoas melhores, elas apenas nos enganam sobre nossa verdadeira condição. É fácil termos atitudes de aparente bondade para, por dentro, escondermos vários sentimentos que tivemos em situações, aparentemente pequenas. Mas, que se fossemos dar a eles a real importância, demonstrariam um coração doente cheio de interesses.

Mas, me surpreende mesmo, é ver que estas mesmas pessoas são, em muitos casos, de temperamento extremamente difícil. Outras têm suas famílias destruídas, ou mesmo um lar completamente desordenado. E são extremamente omissas ao verem erros sérios ao seu redor. Puramente em nome de uma pretensa bondade. Se faz o bem, desde que este bem seja feito dentro do limite de que não pensem mal de mim. Um bem destituído de verdade. Um bem superficial. O problema disso é que existe prioridade em fazer o bem, em se manter um “status de bondade”.

Sendo assim, essa bondade se torna, na verdade, um ato egoísta. Cujo fim é agradar a si mesmo.

O que se torna ainda pior, é que essa falsa sensação de que se é bom, nos leva cada vez  mais longe de Deus, ao invés de nos aproximar dEle. As obras, por isso, definitivamente, não são um caminho para agradar a Deus e se aproximar dEle. Sei que isso é um assunto um tanto quanto antigo. Paulo , foi quem disse isso, que “pela graça somos salvos”. Lutero nos reiterou isso ao longo da história. Mas, é impressionante o quanto nossa carne deseja caminhos mais fáceis para agradar a Deus .

E o que acaba acontecendo são obras feitas pela carne e para a carne, no intuito enganado, de agradar a Deus. Cada vez que alguém faz coisas “boazinhas”, se distancia ainda mais de uma revelação pessoal de Jesus. Pois, ele veio para os pecadores, para os doentes, e não para os sãos. E não para os aparentemente “bonzinhos”. Assim também, aqueles que têm suas vidas entregues a Cristo podem cair nesta mesma situação. Só que um pouco pior, com a desculpa de estar servindo a Deus.

Em um desses meus desejos desenfreados de fazer “coisas para Deus”, eu o perguntava porque ele não me permitia fazer algumas coisas e o Espírito Santo, me confrontou:  Você pode ter a boa parte”. Na hora, percebi que o que de melhor poderia fazer com meu tempo, estava a minha disposição sempre. E que precisava buscá-lo em adoração. Mas, não há nada mais difícil para quem está em plena atividade do que parar tudo. Simplesmente parar tudo e contemplar. Parar tudo e adorar. Mas, este é o caminho. Aliás, Ele é o caminho. Estar com Ele é sempre o caminho. Pois tudo vem Dele e passa por Ele. E, quando estamos nEle, somos conduzidos àquelas boas obras preparadas de antemão para nós, em Deus. (EF 2.10)

Meu desejo com esse texto é de que aqueles que também já se auto-enganaram, se apoiando em suas obras, contemplem suas reais situações, iluminados pelo Espírito, a fim de que se tornem ainda mais frutíferos, produzindo frutos em Deus e provando do sEu descanso.

Carol Brum

Conexão Eclésia
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