Reflexões

Nossa nova identidade em Cristo

O que é identidade? É a resposta que encontramos à pergunta: Quem sou? Para poder desenvolver uma personalidade sadia e equilibrada cada um tem que conseguir responder a esta pergunta satisfatoriamente. Se há dúvida ou confusão, algo está errado em sua constituição básica. Quem sou? Quem pode responder a essa pergunta? A própria pessoa? Algum psicólogo ou filósofo, talvez? Ou talvez os raciocínios e sentimentos que brotam da alma humana?

Devemos ter cuidado com a resposta, porque o inimigo pode se infiltrar facilmente nesse campo dando- -nos uma visão equivocada acerca de quem somos na realidade. A única fonte segura de conhecimento é Deus. Quem nos conhece senão Ele? Descobrimos nossa identidade a partir do que Deus diz a nosso respeito.

Em primeiro lugar, sou uma criatura de Deus. Ele me criou, tanto física como espiritualmente. Além disso, me fez único. Deus não fabrica em massa. Pode até existir alguém parecido comigo, mas não igual. Eu sou eu. Não houve e nem haverá outro ser idêntico a mim, nem sequer no caso de eu ter um irmão gêmeo. Não existem no mundo duas folhas de árvores exatamente iguais. Tampouco duas impressões digitais idênticas. Eu sou único no uni- verso. É simples, mas importante. Deus me fez tal como eu sou. Não há ninguém igual a mim, não há ninguém que possa me substituir. Eu sou como sou porque Deus quis assim. Contudo, o ponto principal para descobrir minha identidade é conhecer a paternidade da qual procedo, a minha filiação. Para saber quem sou, devo me perguntar: Quem é meu pai? A paternidade é a única referência concreta para determinar a identidade de uma criatura que nasce. Observamos um bebê no berço de uma sala neonatal. Quem ele é? Quem o conhece? Ninguém o viu antes. Sim, sabemos que é uma criatura de Deus e que é um ser único, mas isso não basta. Necessitamos conhecer sua filiação, saber quem são os seus pais.

Alguém diz:

– Ele é o filho de Julián e Marta Gonzáles.
– Ah!… Julián é o dono da mercearia da esquina?
– Sim, ele mesmo.

Já está identificado. E já se sabe quem ele é. A paternidade é o que lhe dá identidade. É preciso partir de alguém conhecido pela sociedade para determinar a identidade de um novo ser, sua origem, suas raízes. Sabendo quem são seus pais conhecemos sua raça, seu contexto social, as tradições que o influenciam, o idioma que falará. Ou seja, ele está localizado dentro da sociedade, perfeita- mente individualizado.

Por isso, em nosso documento de identidade, existe o sobrenome. O filho de Julián se chama Carlos. Mas qual Carlos? Há tantos! Carlos Gonzáles, filho de Julián Gonzáles. E nos arquivos de documentos do Registro Civil e no Departamento de Polícia estão registrados esses dados. Ele é Carlos Gonzáles, filho de Julián Gonzáles e de Marta Lopes de Gonzáles, nascido em tal data, com domicílio em tal lugar. Como pode haver outros Carlos Gonzáles, também lhe atribuem um número. Para que haja ordem na nação, todos devem ser identificados. É preciso saber quem é quem.

Esta é uma necessidade social, mas também uma necessidade emocional e psicológica. Cada indivíduo precisa saber quem é. No plano natural e espiritual, eu sou um descendente de Adão e Eva, criado para levar a imagem de Deus. Devido à queda dos meus primeiros pais eu herdei uma natureza moralmente deteriorada . Como eles foram pecadores, eu também o sou, pois um filho não recebe de seus pais somente o sobrenome, mas também a mesma natureza e suas características próprias. Por ser filho de pecadores eu herdei deles a velha natureza: orgulho, rebeldia, egoísmo, maldade, impureza.

Não devo me surpreender ao ver em mim esses traços. Contudo, essa é minha identidade em Adão, não em Cristo. Quando me converto ao Senhor, quando me entrego a ele, me arrependo e me batizo, morro para a velha vida. Minha natureza adâmica é crucificada com Cristo e sepultada com ele (veja Romanos 6:3-6).

É assim porque a obra de Cristo foi perfeita. Ao vir ao mundo me incluiu nele; sua morte foi minha morte e sua sepultura foi minha sepultura. Quando me batizei, me uni a ele em sua morte e minha velha identidade adâmica foi sepultada nas águas. E mais, eu ressuscitei com ele no poder da sua ressurreição. Nasci para uma nova vida, a vida de Deus, pelo Espírito Santo. E se nasci de novo, recebi também uma nova natureza, uma nova identidade. O apóstolo João afirma: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (João 1:12).

Deus me adotou como filho e me deu uma nova identidade, a Dele. Ele é meu Pai agora! Quem sou eu, então? Sou um filho de Deus! Tenho um Pai amoroso e terno, santo e justo, paciente e bondoso, que colocou em mim Sua mesma natureza. E é a partir dessa nova identidade em Deus que meu ser interior começa a ser construído. Foi criada uma relação definida entre Deus e eu. E saber que o Deus que criou os céus e a terra, as galáxias e o universo é meu Pai, isso me dá segurança.

Está plantada a primeira grande verdade na mente: Sou um filho de Deus. Essa é a minha identidade.

Se somos capazes de crer, não haverá fortaleza que fique em pé. Como que eu não sirvo para nada, que não sou importante, que ninguém me quer? Mentira! Sou um filho de Deus! E isso é o máximo que pode haver na minha vida!

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Jorge Himitian
Extraído do livro Curados pela Palavra, que pode ser adquirido na loja Servo Livre.

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