Reflexões

Crescimento espiritual: quem não quer?

Quem não quer crescimento espiritual?

Nos últimos dias tive acesso a duas matérias que me fizeram refletir sobre crescimento espiritual.

A primeira foi compartilhada nas redes sociais, e falava sobre uma comunidade identificada pela sigla em inglês ABDL, que se refere a um grupo  de homens e mulheres que se recusam a crescer e ainda usam fralda infantil. A matéria se referia a esse grupo como marmanjos que consideram a maioridade “opcional”. Membros da comunidade costumam postar fotos nas redes sociais usando fraldas e tomando mamadeira.

A segunda matéria assisti no dia seguinte, pela TV, e mostrou um grupo de paraquedistas que “brincaram” em balanço preso em balões suspenso a 2.000 metros. Ao final da matéria, um dos participantes falou o seguinte: “Crescer? Não está nos nosso planos crescer, não”.

Não existe problema algum em brincar ou se divertir. Porém, temos visto cada vez mais adultos querendo ser crianças, tentando andar na contramão do tempo, e se recusando a amadurecer. Afinal, idade e maturidade não estão necessariamente relacionadas.

Ao ver essas matérias foi inevitável não pensar em nossa vida cristã. Precisamos lembrar a vida com Cristo não é estática. Não fomos simplesmente transportados do império das trevas para o reino do Filho do amor de Deus. A obra de Deus em nossas vidas não parou por aí. Viver com Jesus é um chamado para o crescimento espiritual.

Paulo repreendeu os coríntios por eles ainda serem meninos em Cristo (I Coríntios 3:1-3), e escreveu aos efésios dizendo que devemos deixar de ser meninos inconstantes (Efésios 4:14). Já Pedro nos diz que como meninos recém-nascidos devemos desejar o genuíno leite espiritual para por ele cresçamos para a salvação (I Pedro 2:1-3). Se permanecermos crescendo, deixaremos o leite para nos alimentar de alimento sólido (Hebreus 5:12-14).

Sabemos que devemos crescer, mas até que ponto? Como é possível medir esse crescimento? O crescimento físico se mede pela altura de uma pessoa. O crescimento social pode ser medido pelas responsabilidades que essa assume. Mas como podemos medir o crescimento espiritual? Existe uma régua para isso?

A medida para o crescimento espiritual é o próprio Jesus. Ele é a régua, o padrão, o ponto até onde temos que crescer. Nosso alvo é chegarmos à medida da estatura da plenitude de Cristo (Efésios 4:13). Crescer é se tornar cada vez mais parecido com Cristo, é fundamentalmente uma transformação de caráter.

Jesus nos disse que devemos aprender dEle, que é  manso e humilde de coração (Mateus 11:29). Ele se colocou como exemplo do amor que devemos ter uns pelos outros (João 13:34; 15:12). E quando lavou os pés de seus discípulos, declarou devemos imitá-lo:

“Depois de lhes ter lavado os pés, tomou as vestes e, voltando à mesa, perguntou-lhes: Compreendeis o que vos fiz? Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (João 13:12-17).

Por isso, João nos ensina que todo aquele que diz que está em Cristo também deve andar como Ele andou (I João 2:6). E Pedro, ao escrever sobre o sofrimento de Jesus, nos ensina:

“Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos (I Pedro 2:21).

Nosso crescimento espiritual acontece quando somos conformados à imagem de Jesus. A obra do Espírito em nós é de nos transformar, de glória em glória, conforme a imagem do Senhor.

“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (II Coríntos 3:18).

Uma das piores coisas que podem acontecer na vida de um cristão é este acreditar que não precisa mais crescer, que não há nada em seu caráter que precise ser transformado. É triste quando um cristão se conforma com seus erros, diminuindo-lhes a gravidade, quando não vê mais necessidade de arrependimento. Isso é uma verdadeira tragédia.

Só perde a vontade de crescer aquele que já perdeu o temor do Senhor.

“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor (Filipenses 2:12).

Somos chamados a correr com perseverança a carreira que nos está proposta (Hebreus 12:1,2). Temos que correr. Se uma mera caminhada não é suficiente, que dirá ficar parado? Parar de crescer é o princípio para o retrocesso. E Deus não tem prazer naqueles que retrocedem.

“O meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Nós, porém, não somos dos que retrocedem para a perdição; somos, entretanto, da fé, para a conservação da alma” (Hebreus 10:38,39).

Se você quer se aprofundar no tema do crescimento espiritual, recomendo o vídeo abaixo. Trata-se de uma ministração de Sérgio Franco, um dos membros ds equipe Conexão Eclésia, sobre verdades indispensáveis para o nosso crescimento.

Avance. Não pare. Tome Jesus como referência. Siga nos passos do Mestre.

Em Cristo,
Anderson Paz