Reflexões

A solução definitiva para todos os nossos problemas

Infelizmente, durante a nossa caminhada cristã, podemos cair na cilada de olharmos para dentro de nós e dizermos: “Como eu preciso ser ajudado, como eu preciso ser amado, visitado, aconselhado, etc.” Todos nós, quando nos convertemos ao Senhorio de Cristo verdadeiramente, passamos a nos doar e abençoar a outras pessoas. Entretanto, com o passar do tempo, o diabo começa a soprar em nossos ouvidos sentimentos de inferioridade, de autocomiseração, de solidão, de fraqueza, levando-nos a olhar demais para dentro de nós mesmos e nos envolver com nossos próprios problemas. Nessas horas, parece que tudo que fazíamos antes perdeu o valor. Anelamos mais por um toque de cura do que por ser um instrumento de cura para os outros.

Não existe na bíblia um único mandamento de Deus que nos leve a cobrar ou exigir qualquer coisa de outras pessoas. Muitos relacionamentos que deveriam ser uma bênção são conflituosos porque mudamos o foco de Deus para nós, criamos mandamentos próprios e passamos a exigir e cobrar coisas de outros. Deixamos de olhar para fora, de abençoar a outros e passamos a olhar para dentro e querer apenas ser abençoados. Julgamos que os outros devem fazer coisas por nós e passamos a cobrar amor, carinho, atenção, reconhecimento, cuidado, etc.

Romanos 13:8,9: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. Pois isto: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”

 Mateus 22:35-40: “E um deles, intérprete da Lei, experimentando-o, lhe perguntou: Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.”

Paulo diz que quem ama não peca, porque estará totalmente atento ao bem da pessoa que está ao seu lado – o seu próximo. O amor nos projeta em direção ao outro. Jesus disse que amar ao próximo era semelhante ao mandamento de amar a Deus. Assim, o Amor de Deus, o Ágape, é a solução para todos os problemas do homem.

Amor, segundo as Escrituras, não é sentimento, mas é uma escolha que o homem faz de dar voluntariamente a vida a Deus por outra pessoa. É a certeza que temos de que podemos servir e até morrer pelo outro. É a força que nos move ao sacrifício. Sabemos que alguém está cheio de Deus quando ele é desafiado pelo Senhor ao sacrifício, a morrer pelo outro e, voluntariamente, aceita isso. Amor é o que nos compunge à cruz, é o que nos leva a entregar a vida por outrem.

Muitas coisas são feitas em nome do amor, mas são apenas obras, sentimentalismos ou constrangimentos (medo de ser criticado, cobrado ou rejeitado se não o fizer). A sociedade ensina a educar os filhos com base no que “fica bem ou fica ruim”, “fica bonito ou fica feio” para eles diante dos outros. A educação do mundo é fundamentada na aparência, no bom comportamento visível. Para Deus, feio é não considerar o próximo, é não amar o irmão, é ser egoísta, ciumento, invejoso, etc. Para o Papai, bonito é amar ao próximo humildemente. Para o Senhor, ser humilde é mais do que pensar menos de si, mas é pensar menos em si e servir aos demais com um coração manso.

Se nos colocarmos debaixo da vontade do Espírito Santo estaremos sempre nos humilhando, nos doando, olhando para fora, estendendo as mãos, abençoando a outros. Não é normal  ver um verdadeiro filho de Deus na fila dos pedintes. É comum, mas não é normal.

Jesus sempre fazia Seus milagres para beneficiar a outros e não a Si mesmo. Em tempo nenhum Ele pensava nEle, nunca ficou com pena de Si mesmo, nunca reivindicou nada que não fosse da justiça do Pai. Ele cobrava as incoerências dos homens não por causa dEle, mas por causa dos próprios homens.

Certa vez, o Espírito Santo me deu uma visão e uma palavra dizendo: “Olhe as mãos de Jesus!” Inicialmente, pensei em tudo o que aquelas mãos fizeram: abençoaram muita gente, tocaram em leprosos, partiram o pão, lavaram os pés dos discípulos, tocaram em pecadores, somente deram e serviram a muitos. Sempre estendias para amar e servir. Quando eu estava refletindo sobre as mãos de Jesus, o Espírito me disse: “Agora pense nos pés de Jesus!”. Então comecei a pensar em todos os lugares por onde aqueles pés andaram, sempre em lugares que eram da vontade do Pai. Ele andava por todas as partes ensinando, pregando o evangelho, curando e abençoando as pessoas. Fiquei imaginando como os pés de Jesus caminharam por caminhos pedregosos e áridos. E tudo isso para amar e servir.

Mas, então, o Espírito Santo me mostrou os pés e as mãos de Jesus cravados na cruz, e comecei a chorar e a pensar: Como é que mãos e pés que só abençoaram, só serviram e amaram a outros foram crucificados? Como é que Jesus foi parar ali?

Sabemos que Jesus foi preso pela inveja dos fariseus que, com o pretexto de amar e obedecer aos mandamentos de Deus, o prenderam com falsas acusações. Em seguida, Jesus foi parar nas mãos de Pilatos, um homem político que, temendo que o povo se revoltasse, resolveu surrar Jesus, lavar as mãos e encerrar com aquela história. Como não obteve sucesso, pois o povo pedia a crucificação de Jesus, ele tentou negociar com o povo outra possibilidade: soltar Jesus e prender Barrabás, um bandido condenado à morte; mas o povo continuou pedindo a crucificação de Cristo e, assim, ele foi para a cruz. Esta foi a causa histórica, embora sabemos que Ele só foi parar na cruz para cumprir o propósito do Pai.

“…porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram;” Atos 4:27-28

Mas, então, o Espírito me levou a ver outra cena. Os carrascos de Jesus prenderam Suas mãos e pés, mas não se preocuparam em calar a Sua boca. Não amordaçaram o Mestre. Talvez porque Ele tenha ido para o matadouro como uma ovelha muda. E, com a boca aberta, Ele pastoreou Maria, pastoreou João, garantiu vida eterna ao ladrão que estava ao Seu lado e intercedeu ao Pai pelo perdão daqueles que O crucificaram. Quando não tinha mais nada para dar, deu Sua própria vida. Esse é o nosso Deus e é assim que Ele demonstra Seu amor: dando tudo!

A solução definitiva para todos os nossos problemas é a mesma: O AMOR. Gente se entregando, gente se consagrando, gente renunciando, gente disposta a perdoar, gente abençoando, gente servindo, gente orando – tudo isso regado a carinho, afeto, compaixão – esse é o verdadeiro Amor. Esse é o Amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. Não existe poder maior do que este Amor!

No amor do Senhor Jesus,
Sérgio Franco

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