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Cristofobia te assusta?

A falsa e a verdadeira Cristofobia

Recentemente, a Câmara de Vereadores de São Paulo aprovou projeto de lei que cria o Dia do Combate à Cristofobia, que ainda irá à sanção do prefeito da cidade. Não vou discorrer aqui sobre a necessidade, pertinência ou relevância dessa lei. Mas quero destacar que tal fato propõe uma reflexão muito interessante sobre o que é verdadeiramente Cristofobia e as razões pelas quais surge perseguição contra os cristãos.

Sempre que sofremos perseguições ou oposição do mundo, precisamos refletir seriamente sobre o que desperta essa situação, que pode se dar pelo menos por duas razões. Precisamos distinguir entre a falsa e a verdadeira Cristofobia.

A primeira causa de perseguição, ou a falsa Cristofobia, não se dá necessariamente contra o cristão, mas sim contra aquele que, dizendo-se cristão, não vive como tal. O mundo gosta de ver as incoerências e as hipocrisias dos crentes, a contradição entre o discurso e a vida. E o mundo usa isso para desacreditar a fé cristã, para tentar mostrar que ela  é ineficaz em transformas as pessoas, e que os cristãos seriam tal como eles, diferenciados apenas pela capa da religiosidade e da hipocrisia, gente desprovida de autenticidade. Esse tipo de perseguição é uma falsa Cristofobia, pois nesse caso o mundo não estaria nos perseguindo por ver Cristo em nós, mas por não vê-lo em nossa prática.

Por isso, quando somos perseguidos, precisamos avaliar se estamos sofrendo por sermos cristãos (vivendo como Cristo),ou por nossos próprios pecados. Pedro nos sugere essa reflexão:

“É melhor sofrer por fazer o bem, se for da vontade de Deus, do que por fazer o mal” (I Pedro 3:17).

“Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso, ou como quem se intromete em negócios alheios. Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome” (I Pedro 4:14-16).

Pedro nos mostra que podemos sofrer não por sermos cristãos, mas sim pelos nossos pecados. Porém, mesmo se eliminássemos toda a hipocrisia e falsidade em meio à Igreja, ainda assim esta não seria poupada da perseguição. Muito pelo contrário, a santidade da Igreja faz surgir outro tipo de perseguição, que é a verdadeira Cristofobia. Quando nos posicionamos como filhos de Deus, vivemos como luz do mundo, o mundo se opõe a nós, pois se sente confrontado por nosso estilo de vida. Afinal, a luz de Cristo em nós confronta o mundo. João nos fala que apesar de Jesus ser a luz dos homens, os homens amaram mais as trevas por que suas obras eram más:

“Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram” (João 1:4,5).
“Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas” (João 3:19,20).

Pedro também fala sobre a verdadeira Cristofobia:

“Eles acham estranho que vocês não se lancem com eles na mesma torrente de imoralidade, e por isso os insultam.  Contudo, eles terão que prestar contas àquele que está pronto para julgar os vivos e os mortos” (I Pedro 4:4,5).

Portanto, quem decide ser cristão, quem decide andar nos passos de Jesus, não pode ter outra expectativa em relação ao mundo senão a de receber a verdadeira Cristofobia. Não podemos contar com a admiração do mundo. Muito pelo contrário: o mundo é inimigo de Deus. Isso não deveria nos assustar, atemorizar ou nos surpreender. Afinal, nosso Mestre já nos preparou para isso:

Jesus nos disse:

“Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês” (Mateus 5:11-12).

A perseguição por parte do mundo não deveria nos surpreender. O que deveria nos preocupar é a aceitação do mundo:

“Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas” (Lucas 6:26).

O mundo nos odeia, assim como odiou Jesus. Mas o Senhor nos consola e conforta dizendo que, assim como Ele foi odiado, nos odiarão também, mas assim como Ele foi recebido, haverá também quem nos receba. Por isso, precisamos perseverar e não desistir da nossa vocação para sermos sal da terra e luz do mundo.

“Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa” (João 15:18-20).

No amor do Senhor Jesus,

Anderson Paz