Reflexões

Agindo contra o Espírito Santo

No último texto que compartilhei aqui no Conexão Eclésia, trouxe uma reflexão sobre a necessidade vital que temos de ter comunhão com o Espírito Santo, de como não podemos viver sem ouvir a voz de Deus, sem ter comunhão com Ele pelo Espírito Santo. Só assim viveremos realmente  a nossa nova vida em Cristo (Gálatas. 2:20). Quando nos arrependemos daquilo que Pedro chama de “vã maneira de viver que recebemos dos nossos pais” (1 Pedro 1:18), precisamos reaprender como viver segundo a vontade de Deus. Tudo aquilo que não condiz com a Palavra de Deus, com Sua vontade, com o estilo de vida que Jesus nos deixou como exemplo para seguir, precisa ser renunciado, precedido de arrependimento, de mudança de mente.

Por isso, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até à perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus (Hebreus 6:1).

Nesta presente reflexão, gostaria de compartilhar sobre 3 atitudes que NÃO podem existir no coração daquele que já decidiu ser um discípulos de Jesus, pois estaria agindo contra o Espírito Santo. Se elas tiverem espaço em nós, além de nos afastar do Deus vivo, trarão terríveis consequências para nosso ser. São elas: falta de perdão, inveja e  má consciência.

1ª – FALTA DE PERDÃO

Por incrível que pareça, sempre que falamos sobre esse tema, ele alcança alguém que está com dificuldade pra perdoar. Isso porque o perdão não é algo humano, ele é Divino. Deus foi o 1º a perdoar. Antes que o homem fosse criado por Ele, e caísse, Deus já havia providenciado o perdão para os nossos pecados (Apocalipse 13:08; 1 Pedro 1:19). O perdão começa nEle, precisa ser por meio dEle e para Ele.

O texto de Mateus 18, do versículo 21 ao 35, registra uma ocasião em que Jesus é interrogado por Pedro sobre quantas vezes deveria perdoar alguém. A palavra de Jesus nos mostra que a resposta é sempre, ou seja, não temos o direito de não perdoar.

Para fundamentar o que estava dizendo a Pedro e aos seus discípulos, Jesus lhes conta a intitulada parábola do Credor incompassivo. Se você ler esta passagem entenda que o que Jesus está dizendo é que nós somos como aquele homem que tinha uma dívida impagável, ou melhor, que só poderia ser paga com a nossa morte. Essa nossa dívida era para com Deus, adquirida por causa do pecado, e o pagamento pelo pecado é a morte (Romanos 6:23). Foi dessa dívida impagável que Deus nos perdoou em Cristo, fazendo-O morrer por nós na cruz, para que pudéssemos ser livres da morte. O que Jesus está dizendo é que, se fomos perdoados de tão grande e impagável dívida, nunca podemos reter o perdão a alguém, não importando quantas vezes for necessário. Nosso papel é perdoar. Tratar com alguém que não se arrepende e vive precisando do seu perdão é papel de Deus (e muitas vezes por meio da Igreja).

Jesus encerra a parábola mostrando que aquele que havia sido perdoado e não fez o mesmo para com o outro, teve sua dívida “reativada”, ou seja, deixou de ser perdoado de algo que não devia mais, e pior ainda, foi preso e atormentado até que pagasse sua dívida.

O perdão, para os discípulos de Jesus, não é escolha, é mandamento (Efésios. 4:32; Mateus 6:14 e 15). Precisamos obedecer por fé (Romanos 1:5). Se não for assim, não é possível perdoar de verdade. Pode até perdoar de palavras, mas não quer ver a pessoa, nem ouvir falar dela. O verdadeiro perdão, restaura os relacionamentos e quebras as barreiras. Em casos extremos, pode ser até necessário que as partes (ofensor e ofendido), precisem se afastar por tempo indeterminado, mas isso não significa que o coração do ofendido está fechado para o ofensor, mas sim que se está buscando uma possível restauração da confiança. Fora isso, o padrão de Deus é a restauração total dos relacionamentos por meio do perdão do íntimo pela fé em Cristo Jesus.

Quando não perdoamos estamos agindo contra o Espírito Santo em nós. Digo que se você precisa perdoar alguém, não perca tempo. Faça-o agora em O Nome de Jesus, e pessoalmente, se for possível. Não deixe sua comunhão com o Espírito Santo abalada por isso, pois o Espírito de Jesus que habita em nós, é Aquele que nos perdoou e nos aceitou de volta.

2ª – Inveja 

Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. (Tiago 3:13-16).

Esse sentimento quando surge em nosso coração precisa ser prontamente rejeitado. A inveja pode estar baseada na ingratidão para com Deus. Quando invejo o que o outro tem ou é, estou dizendo que Deus não está sendo justo comigo, pois não me faz como o outro ou não me deu o que o outro tem. A inveja impede que você se alegre com a vitória do outro. Muitos de nós já ouvimos histórias, ou já vivemos situações, em que, ao ficarmos sabendo de alguma conquista de alguém, ao invés de nos alegrarmos, ficamos triste, isso porque, no fundo, gostaríamos de estar no lugar daquela pessoa.

Quando invejamos, estamos agindo contra o Espírito Santo e revelamos falta de certeza da nossa identidade em Cristo, pois se precisamos ser igual a outra pessoa, é porque não sabemos quem nós somos. A minha identidade tem que ser formada com base no meu relacionamento com Deus. A inveja precisa ser combatida com oração e também com confissão. Se você deseja ser livre desse sentimento que impede a sua comunhão com Deus. É necessário confessar, procurar alguém de sua confiança que você possa abrir o assunto e pedir que ela ore por você.

Por último, a inveja te limita em viver em plenitude, ou seja, livre para ser o que Deus deseja de você. Não permita isso em seu coração, trate com seriedade e vença!

3ª – MÁ CONSCIÊNCIA

“Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se” (Romanos 2:15).

“Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência”(Romanos 9:1).

“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (1 Timóteo 9:5).

“Mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé” (1 Timóteo 9:19).

A Bíblia relaciona diretamente a consciência com a fé. Através da consciência podemos ouvir a voz de Deus e discernir se estamos ou não obedecendo, se estamos ou não no caminho correto. Ela é como aquele “semáforo” que ora nos sinaliza que podemos ir, ora que devemos parar, ou ter atenção com algo perigoso. No entanto, podemos ver nos textos acima que, se não estivermos atentos à nossa consciência, negligenciando-a, estamos agindo contra o Espírito Santo, nossa comunhão com Deus está em risco e nossa fé vai se enfraquecendo. Como vimos no texto de Timóteo 9:19, uma consciência negligenciada por muito tempo, pode levar ao trágico naufrágio na fé.

Quando não damos ouvidos à nossa consciência, estamos desobedecendo a Deus, ignorando a Sua voz, entristecendo o Espírito Santo, e até, em determinado nível, extinguindo-o em nós (I Tessalonicenses 5:19). Já conversei com pessoas que, para não terem problemas com a sua consciência, preferiam negar a existência de Deus. Muitos dos ditos ateus fazem isso, pois como certa vez se disse, se Deus não existe, não temos padrão nenhum a seguir, somente o padrão criado por cada indivíduo. Se Deus não existisse, a consciência do homem estaria livre para fazer o que quiser sem ter que prestar contas a ninguém.

Mas o alerta que fica para nós, dado pela Palavra de Deus, é que não podemos conjugar um bom relacionamento com Deus se não dermos ouvidos à nossa consciência e seguirmos nas nossas obstinações carnais.

Não somente nesse último ponto, mas nos anteriores também, espero que este texto te leve à meditação. Oro para que você deixe o Espírito Santo te sondar, e você estiver se encaixando em algum desses temas, tome as atitudes necessárias para abandoná-los e crescer cada vez mais na comunhão e intimidade com o Espírito Santo.

Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor (Joel 2:20)

Em Cristo.

Cristiano Brum  

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