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Mais um guerreiro retornou ao lar

Ontem, dia 06 de março, a capela 4 do cemitério de Inhaúma estava fervendo de gente e de calor. Foi impossível não me recordar que há 31 anos, em dezembro de 1984, eu estava em Realengo, no prédio da igreja que se denomina Congregacional, justamente numa sala quente, chamada de classe dos “catecúmenos”, ouvindo pela primeira vez aquele homem que se tornaria meu pastor. Um homem como eu não poderia ter tido outro pastor, se não Paulo Welte. Lembrei-me quando me perguntou o que eu pensava sobre os pastores. Respondi sem hesitar: “Todos ladrões e mentirosos”. A sala estava quente e lotada e o pastor direcionou o ventilador pra mim. Mais tarde soube que eles não estavam suportando o meu “bafo de onça”. Eu recém havia chegado de uma noitada. Perdido, desorientado, desconfiado, abatido, envergonhado, culpado.

Paulo e Nair Welte haviam perdido uma filha que não cheguei a conhecer: Eneida. No entanto, estavam alí servindo à uma igreja que se reunia longe da casa deles. Saiam de Jacarepaguá, algumas vezes por semana, com destino à Realengo, sem automóvel, com chuva ou com sol. Eu acreditei, pela forma como me tratavam, que haviam me adotado e me incluído na família, junto com Paulo e Alexei Welte.

No dia 05 de março de 2016, mais um guerreiro retornou ao lar. Ontem, fomos ao cemitério, meu sogro Severino, meu filho Daniel, eu e mais um monte de pastores e ovelhas, para agradecermos a Deus pelo bem que Ele nos fez ao permitir que, um dia Paulo Welte com sua esposa Nair, chegassem até nós. Enquanto refletia sobre o calor da capela e o calor da classe dos “catecúmenos”, lembrei-me da canção do meu amado Asaph Borba: “Eu não sei o que seria de minha vida sem irmãos e irmãs, sem amigos que com o amor de Jesus mudaram o meu coração. Quando sem destino algum eu caminhava para o fim, eles estenderam suas mãos pra mim”.

O meu pastor foi um homem simples. Era modelo não apenas na Palavra, mas também no procedimento, na fé, na pureza e no amor. Ele, como raros, nunca foi envolvido em escândalos e nunca o vi escandalizar o evangelho. Discreto, pai de família, trabalhador dedicado ao ministério que Deus o confiou. Não o conheci apenas nos púlpitos ou no seminário, também tive o prazer de visitar as casas ao seu lado e receber dele pessoalmente, como um filho recebe do seu pai, Palavra, conselhos, exortações e admoestações.

Só tenho o que agradecer. Deus é Bom! Glórias a Deus! Sei que muitos pensam como eu sobre este servo de Deus. Obrigado Pai por ter concedido este dom à Sua igreja! “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” (Efésios 4:11).

No amor do Senhor Jesus,

Sérgio Franco

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