Família

5 coisas que aprendi no meu primeiro ano de casado

Ontem completei meu primeiro ano de casado. E ao longo de todo esse período, quando reencontro algum amigo que não vejo já algum tempo, a pergunta que ouço sempre é: “E então, como está a vida de casado?”. E minha resposta, honesta e sincera, tem sido: “Nunca fui tão feliz como tenho sido agora!”. E isso é verdade. A razão dessa felicidade não é o casamento em si, pois sabemos que o casamento por si só não traz felicidade. O motivo dessa felicidade é saber que eu e Bianca fomos unidos pelo Senhor e temos perseverado em fazer a vontade do Pai no nosso casamento. E contamos com a graça de Deus para perseverarmos assim.

Sei que sou apenas um iniciante, que não sou nenhum expert em casamento, que só Deus sabe que provações pelas quais eu e minha esposa ainda passaremos. Contudo, ao longo deste primeiro ano de casado, aprendi alguma coisas no Senhor. De fato, eu já sabia de todas elas na teoria, mas agora pude experimentar na prática. E por isso, gostaria de compartilhar apenas 5 coisas, dentre outras que experimentei no meu primeiro ano de casado.

1- Quando marido e mulher são discípulos de Jesus, não há como o casamento ser ruim

O discípulo de Jesus é alguém abnegado, que atendeu ao chamado do Mestre: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16: 24). Portanto, o discípulo já rendeu sua vontade à vontade do Senhor. Sua dúvida nunca é se fará ou não fará a vontade de Cristo, pois já decidiu obedecê-lo sempre. Em algum momento, pode até ter dúvidas sobre qual é a vontade de Deus em certa situação, em assuntos que não estão claramente revelados nas Escrituras. Mas, conhecendo a vontade do Senhor, já está comprometido a cumpri-la.

Por isso, quando marido e mulher são discípulos de Jesus, não há como o casamento ser ruim, pois ambos estão rendidos à vontade de Deus. Não são partes brigando cada um para fazer sua própria vontade, ou para impor sua vontade ao outro. São companheiros de jornada no caminho do Mestre, estão seguindo os Seus passos, herdeiros da mesma graça de vida. Por isso, não fazem “cabo de guerra”, cada um puxando o outro para o seu próprio querer. Antes, está cada um animando o outro para cumprir o querer do Senhor.

2- As diferenças existem para nos aperfeiçoar

O casamento é a mais profunda união que pode existir entre duas pessoas. Foi criado por Deus e se destina a ser indissolúvel. Homem e mulher estão unidos até que a morte os separe. E o que Deus uniu, não o separe o homem.

Justamente por ser uma união tão profunda, é justamente nela que mais se evidenciam as diferenças entre as pessoas. As diferenças existentes entre amigos, colegas de trabalho ou irmãos não geram tanto impacto como as diferenças entre cônjuges, afinal, estes compartilham a vida em um nível muito mais profundo que qualquer outro relacionamento.

E Deus, em toda a sua sabedoria, estrategicamente fez com que o casamento unisse homem e mulher, seres tão diferentes entre si. Essa diferença existe para que cada cônjuge aprenda a desenvolver a paciência e a misericórdia, a se colocar no lugar do outro para compreendê-lo.

Estar unido por toda a vida à uma pessoa totalmente diferente de mim, exige que eu desenvolva sensibilidade.

Se colocar no lugar do outro, tentar se imaginar na situação do outro é fundamental. Isso nos faz mais parecidos com Jesus. Afinal, justamente por se colocar na nossa condição, podemos ter a confiança de que ele nos compreende, se compadece de nós e pode sempre nos socorrer (Hebreus 2:17,18; 4:15).

3- A amizade é fundamental

A proposta do casamento não é a de ser apenas uma união sexual. O casamento deve ir se desenvolvendo para uma união de alma, onde marido e mulher crescem na comunhão de vida, na amizade. Marido e mulher devem ser antes de tudo amigos. E amigos não tem segredos. São transparentes quanto a si mesmos, e honestos para expressar o que pensam sobre o outro. E ainda assim não desistem da amizade.

Jesus nos ensinou que na verdadeira amizade não há segredos. Esse foi o nível de amizade que tinha com seus discípulos, revelando a eles o que tinha de mais íntimo: sua comunhão com o Pai.

Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer” (João 15:15).

4- Sem perdão nada prospera

Perdão é o meio de Deus para manter relacionamentos saudáveis e duradouros. Sempre vamos cometer erros, mas o perdão é o caminho de restauração, seja do nosso relacionamento com Deus, seja do nosso relacionamento uns com os outros.

Precisamos estar sempre prontos para pedir perdão quando erramos, ainda que seja em coisas pequenas. Muitos casais dormem sem ajustarem as coisas que aconteceram durante o dia, ainda que sejam pequenas. Ao longo do tempo isso vai causando desgaste e cansaço. Por isso, cada parte no casamento deve se recusar a dormir sem ajustar as coisas.

Também precisamos sempre estar prontos para perdoar. O ato de perdoar consiste em liberar uma pessoa de uma dívida. Quem perdoa decide não tratar o outro segundo os erros que este cometeu. Quem perdoa não deixa que sua forma de tratar o outro seja determinada pelos erros dessa pessoa. Perdoar é agir com graça. Devemos perdoar um ao outro como Deus em Cristo nos perdoou.

5- Quem ama mais, ama melhor

Sabemos que o amor que devemos ter uns pelos outros não é sentimento, mas é atitude. É a entrega da vida a Deus em favor do outro. Como disse João: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossas vidas pelos irmãos” (I João 3:16). E é esse amor que sustenta um casamento por toda a vida. Esse amor tem me sustentado neste primeiro ano de casado, e conto com a graça do Senhor para que siga assim por todos os meus dias.

Amar é dar a vida em favor de alguém. Porém, não precisamos esperar ocasião especial para praticar atos de heroísmo.  O dar a vida que Jesus nos ensina acontece todos os dias, nas coisas pequeninas. Acontece no lavar dos pés, no levar a carga um do outro, no dedicar tempo ao outro, no esforço para compreender o cônjuge. E dar a vida todos os dias, morrer pelo outro a cada dia.

Contudo, há cônjuges que se cansam de morrer pelo outro, e se esquecem da seguinte verdade: quanto mais amamos (morremos pelo outro), o amor de Deus em nós é aperfeiçoado. Ou seja, quanto mais amamos (morremos pelo outro), amamos melhor. João diz que aquele que permanece no amor, permanece em Deus, e nisto o amor é aperfeiçoado.

aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele. Nisto é em nós aperfeiçoado o amor…” (I João 4: 16, 17a).

Aquele que guarda a palavra de Deus, tem sido aperfeiçoado no Seu amor (I João 2;5). E o mandamento do Senhor é que amemos (I João 5:23). Por isso, quanto mais amamos, amamos melhor.

Infelizmente, muitos casais desistem de amar, antes de experimentarem o melhor do amor. Mas, vale a pena perseverar. Não se canse de fazer o bem.

Essas são algumas das lições que tenho aprendido neste primeiro ano de casado. Sei que ainda tenho muito que aprender nessa jornada a dois. Mas conto com a graça do Senhor para seguir nesse caminho, perseverando nEle, perseverando no amor.