Reflexões

Não quero sobreviver. Quero viver!

Numa dessas noites de sábado, eu e Bianca estávamos preparando as coisas para receber um casal de amigos para o almoço no dia seguinte. Na verdade, ela estava preparando, e eu apenas dando suporte. Ficamos tanto tempo tentando fazer o melhor para nossas visitas, que pensei: “a gente demora tanto cozinhando pra comer tão rápido. O almoço precisa ser mais proveitoso do que apenas comer”. E é claro que foi, pois além da comida, pudemos desfrutar de um tempo precioso em comunhão.

Porém, esse episódio nos fez pensar no quanto gastamos da nossa vida apenas para mantê-la. Quanto gastamos do nosso tempo apenas para sobreviver.

Por exemplo, geralmente precisamos dormir 8 horas por dia, para garantirmos as demais 16 horas. Ou seja, 1/3 da nossa vida passamos dormindo, para garantirmos os outros 2/3.

Para quem é empregado, e cumpre jornada de trabalho, em geral precisa trabalhar 8 horas por dia, para garantir seu sustento. E lá se vai mais 1/3 da nossa vida. Resta 1/3 para, em tese, desfrutarmos. Digo em tese, pois, se você mora em um grande centro urbano, e depende de um transporte público para chegar ao trabalho, você ainda gastará parte considerável do seu tempo se locomovendo.

Se você é dona de casa, tem que cozinhar todo dia para, após a refeição, voltar a limpar a cozinha. Ou seja, há trabalho antes e depois das refeições.

Ao analisarmos com cuidado, veremos que muitas das coisas que fazemos são demandas da própria vida para que esta seja mantida. Sobreviver é atender às demandas da manutenção da vida. E vai chegar o dia em que a vida não poderá mais ser sustentada, e aí chegará a morte.

Então, como alcançar viver e não apenas sobreviver? Como não apenas atender às demandas da vida, mas também aproveitá-la? Há quem pense que a melhor forma de viver é tirando férias, viajando pelo mundo. Tem gente que tá esperando se aposentar para aproveitar o melhor da vida, ainda que esteja se aproximando do fim da mesma. Porém, a Bíblia nos apresenta uma forma muito diferente para vivermos para além da mera sobrevivência: construindo no cotidiano coisas de valor eterno.

Sim, tudo o que fazemos aquilo pode ter projeção para a eternidade. Nossa vida nesta terra pode ser considerada apenas uma preparação para algo muito maior que está por vir.

Por exemplo, o trabalho de um discípulo de Jesus não pode ter por fim apenas ganhar dinheiro. Trabalhamos porque nosso Pai trabalha, porque temos oportunidades de testemunharmos de Jesus, e o dinheiro que ganhamos deve ser convertido em tesouro no céu, quando o investimos na vida de pessoas. Esse é o investimento mais seguro e certo que existe.

Na verdade, tudo o que fazemos pode ter valor eterno. Tudo pode ser feito pra glória de Deus. Por isso Paulo nos diz: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (I Coríntios 10:31). Assim, o trabalho de uma dona de casa, a aula de um professor, a obra de um construtor, a roupa feita por uma costureira, o prato elaborado por um cozinheiro, a limpeza feita pela diarista etc.. Tudo pode ser feito pra glória de Deus, quando agradá-Lo é o objetivo de tudo o que fazemos.

E a medida que a gente faz tudo para a glória de Deus, a gente vai descobrindo que nossos atos no dia a dia tem um valor e um significado muito maior do que poderíamos imaginar. A gente descobre que vale a pena viver assim.

Viver de verdade é colocar nossa vida rumo a um propósito maior do que ela mesma. Viver, e não apenas sobreviver, é fazer tudo pra glória de Deus.

Por isso, estou comprometido em fazer cada um dos meus dias um culto a Deus. Conto com a graça da Senhor para isso, e sei que nEle eu posso tudo. Ele me dá a força e a graça para que eu viva de verdade.