Reflexões

O frasco de perfume quebrou

Quero resgatar aqui uma reflexão antiga, que pude escrever e publicar em 2009, num antigo blog pessoal.
Trata-se de uma reflexão simples, que nasceu a partir de um evento comum, do dia-a-dia, mas que fala de um tema indispensável para a nossa jornada na vida com Deus.

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Nestes últimos dias, estive lembrando de uma das viagens que fiz à Blumenau no fim do ano passado, e especialmente de um incidente que se tornou objeto de algumas reflexões. Poucos dias antes dessa viagem, eu havia comprado um perfume. E, ao arrumar a mala, por um descuido, coloquei esse perfume em um lugar que, se a mala caísse, o frasco poderia se quebrar. E foi o que ocorreu. Assim que chegamos à casa onde ficamos hospedados, por um acidente a mala caiu, e o frasco se despedaçou. E eu ainda não havia feito o pagamento pelo perfume.

Mas isso me fez pensar sobre o que as Escrituras falam sobre perfume. Lembrei-me que somos o bom perfume de Cristo. Recordei da mulher que derramou nardo puro aos pés de Jesus. Contudo, antes de dormir, quando peguei minha Bíblia, percebi que a leitura programada para aquele dia começava em Êxodo 30, cujo tema é o altar do incenso. E então comecei a pensar sobre perfume e incenso. Mas, qual é a relação entre uma coisa e outra? Toda, já que no vers. 35, depois de falar sobre a composição do incenso, o Senhor diz: “e disto farás incenso, perfume segundo a arte do perfumista”.

E o que incenso e perfume tem a ver com nossa vida cristã cotidiana? Tudo. Davi nos ajuda a enxergar essa relação quando diz: “Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertino” (Sl. 141:2). E João nos diz que as orações dos santos são recebidas como incenso (Ap. 5:8). Oração deve marcar todos os nossos dias.

Queimar incenso era uma honra própria e exclusiva dos sacerdotes. Ezequias animou a estes no exercício dessa tarefa:  “Filhos meus, não sejais negligentes, pois o SENHOR vos escolheu para estardes diante dele para o servirdes, para serdes seus ministros e queimardes incenso” (2 Cr.29:11). Quando o rei Uzias, movido por orgulho, entrou no Templo para queimar incenso, foi repreendido pelos sacerdotes, pois apenas a estes competia tal tarefa. Por não ter recebido a repreensão, Uzias foi ferido de lepra.

Contudo, Malaquias havia profetizado que em toda a Terra se queimaria incenso ao Senhor: “Mas desde o nascente do sol até ao poente é grande entre os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, … porque o meu nome é grande entre os gentios, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml. 1:11). E a realização dessa profecia se tornou possível através de Jesus, pois por causa dEle todos nós nos tornamos sacerdotes: “Mas vós sois … o sacerdócio real” (I Pe. 2:8).

Recebemos o privilégio e a responsabilidade de queimar incenso ao Senhor, o incenso das nossas orações. Confesso que tenho sido negligente e faltoso para com esse chamado. Deus quer receber as minhas orações. Afinal, por meio das orações confessamos “a estreiteza de nossos recursos e a extrema largueza dos recursos do poder e do amor de Deus” [1]. A oração é uma marca na vida daquele que sabe que nada pode fazer sem Jesus.

Quero apresentar perfume a Deus todos os dias, e não apenas quando pressionado pela força das circunstâncias, quando o frasco de perfume se quebra. Não quero orar apenas quando as coisas estão difíceis e sou forçado a pedir socorro a Deus. Quero que Deus me encontre todos os dias em oração.

Após quase um ano depois que o frasco de perfume se quebrou, avalio que meu avanço nesse ponto foi tímido. Ainda há um grande terreno a percorrer. Há muita coisa a conhecer através da oração. Contudo, estou decidido avançar, produzindo frutos dignos de arrependimento, e viver uma vida cada vez mais dependente do Senhor.

Em Cristo,

Anderson Paz
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