Ensino

O louvor que liberta

O que é, de fato, o louvor? É diferente de simplesmente cantar. Podemos, muitas vezes, cantar mas não alcançar ou discernir o verdadeiro louvor. Precisamos aprender a louvar, muito mais do que aprender a simplesmente cantar.

Também, não podemos confundir louvor com adoração. Nós adoramos ao Senhor pelo que Ele é. Podemos ver um exemplo disso quando da morte do filho de Davi:

“Então Davi se levantou da terra, e se lavou, e se ungiu, emudou de roupas, e entrou na casa do Senhor, e adorou. Então foi à sua casa, e pediu pão; e lhe puseram pão, e comeu” (II Samuel 12:20).

Davi jejuou ao Senhor pedindo pela cura do seu filho, mas o mesmo veio a falecer. Então, ele se levantou, se lavou, se preparou e foi adorar a Deus, antes ainda de comer. Talvez muitos de nós tivéssemos uma atitude diferente – já que o Senhor não respondeu, então vou quebrar o jejum. Mas a adoração – e Davi entendia isso – é glorificar ao Senhor por aquilo que Ele é e não somente pelo que Ele faz. Nós nascemos e existimos para adorar a Deus, fomos criados para o louvor da Sua glória (Efésios 1:12).

O louvor, entretanto, está muito relacionado às coisas que Deus faz. Nós O adoramos por aquilo que Ele é e o louvamos pelas maravilhas que Ele faz (Salmos 40:5). Ou seja, para louvarmos ao Senhor, é importante e até necessário que vejamos o que Ele está fazendo ou operando. Também, precisamos ter um coração alegre (Salmos 32:11) pois o louvor não pode estar ligado à tristeza.

“Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores” (Tiago 5:13).

Se existe alegria, o resultado dela é o louvor. O que diz Isaías a esse respeito?

“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos, a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes, a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que Ele seja glorificado” (Isaías 61:1-3).

Percebemos que o Senhor faz uma troca – Ele tira a tristeza e a angústia e coloca alegria e louvor. A pessoa angustiada não consegue louvar porque ainda não contemplou, não entendeu, não creu que Deus está naquela situação específica em que se encontra.

A tendência humana é que o louvor seja mais expressivo quando as coisas estão indo bem e mais difícil quando estão indo mal. Por isso, precisamos aprender com a “escola do louvor”, que eu chamo de “deserto”. Devemos passar pelo deserto para poder experimentar ali o verdadeiro contentamento. Paulo passou por esta escola e nos ensina:

“Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece” (Filipenses 4:10-13).

Depois que Paulo encontrou Deus em sua vida e passou pelas experiências de deserto, ele estava pronto para viver toda e qualquer situação. Quando verdadeiramente louvamos ao Senhor, um poder espiritual da parte d’Ele é liberado.

“Porém tu és santo, tu que habitas entre os louvores de Israel” (Salmos 22:3)

“Tu ordenaste força da boca das crianças e dos que mamam, por causa dos teus inimigos, para fazer calar ao inimigo e ao vingador” (Salmos 8:2).

“E disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?” (Mateus 21:16).

Davi já havia experimentado da libertação e do poder que o louvor produz, pois vivenciou o mesmo quando tocava e louvava diante de Saul, e o Senhor o libertava (1 Samuel 16:23). Saul constantemente pedia que Davi lhe ministrasse louvor, porque experimentava a libertação que o mesmo produzia.

Jesus, ao interpretar o Salmos 8 de Davi, chamou de perfeito louvor aquela força que fazia calar ou emudecer o inimigo. Então, quando louvamos de coração e entendimento ao Senhor, as cadeias se quebram, o inimigo perde a sua força e se emudece.

Muitas pessoas, apesar de cristãos, ainda se encontram presas em cativeiros, não sabem como sair e algumas, até, já se conformaram com isso. Cativeiro é tudo aquilo que nos limita, prende, escraviza. Quando Jó começou a ser restituído das coisas que lhe haviam sido tiradas (filhos, bens e saúde), a palavra diz que “Deus virou o cativeiro de Jó” (Jó 42:10), ou seja, aquele deserto que ele viveu foi uma situação de cativeiro imposta pelo diabo e permitida por Deus. A doença, a falta de recursos e a falta dos filhos limitavam suas ações, planos e expectativas para o futuro.

O cativeiro produz a falta de expectativa e esperança, e muitos acabam se conformando com isso por não enxergarem saída para suas situações. Mas o objetivo de Deus é nos libertar de todos os nossos cativeiros. O que é preciso para isso acontecer?

Sérgio Franco ><>

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