Ensino

Jesus não faz “oração bonita”

Não é raro encontrarmos novos convertidos que, movidos pela timidez de orar em público, declaram: “eu não sei orar bonito”. Ou então, impressionados coma forma como as outras pessoas oram, expressam “fulano ora tão bem”. Inspirado nisso, costumo chamar de “oração bonita” aquela que é movida pela preocupação com a beleza das palavras. Contudo, essa beleza nem sempre corresponde ao que está no coração. Para Deus, a verdadeira beleza da oração não está nas palavras usadas, e sim no coração que ora.

Preciso esclarecer que, quando digo que Jesus não faz “oração bonita” isso não quer dizer que Suas orações eram desprovidas de beleza. Muito pelo contrário, elas são lindas. É só meditar um pouco sobre a oração do Pai Nosso (Mt. 6:9-13) ou sobre a oração sacerdotal (Jo. 17) para contemplarmos beleza e profundidade. Quando digo que Jesus não faz “oração bonita”, me refiro ao fato de que suas orações não eram movidas pela preocupação com as palavras. Elas não tinham efeito meramente estético, mas carregavam importância fundamentalmente prática.

Saber dessas coisas é fundamental para entendermos os pedidos que Jesus nos ensinou a fazer na oração modelo do Pai Nosso. Um dos pedidos foi para que o Pai não nos deixasse cair em tentação. Ora, se Jesus nos ensinou a pedir isso, Ele não está ensinando mera poesia. Esse pedido tem importância prática e essencial para a nossa vida cristã. Precisamos orar para vencer o pecado. Parece muito simples, mas é a realidade.

A oração tem papel fundamental na nossa vida de santificação. Sem ela não vamos para lugar algum. É por meio da oração que expressamos nossa fraqueza, nossa fragilidade e nossa dependência de Deus. Ela é um instrumento pelo qual admitimos que sem Deus nós nada podemos fazer. É uma confissão de dependência da graça de Deus. Nem mesmo podemos vencer o pecado sem a intervenção da graça.

A oração é ato de humilhação perante a mão de Deus, e Ele sempre dá graça aos que se humilham.

Muitas vezes, na luta contra o pecado confiamos mais na auto-disciplina, no esforço próprio, na força de vontade e na ajuda dos irmãos do que na vida de oração. É verdade que Deus nos concede muitos canais de graça para vencermos o pecado, mas a oração tem importância especial. Jesus nos ensina isso tanto na oração do Pai Nosso como também na exortação: “Orem para que vocês não caiam em tentação” (Lucas 22:40).

Se queremos levar sério a vida com Deus, não podemos negligenciar a oração.

Em Cristo,

Anderson Paz
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