Reflexões

Pregando o certo com a motivação errada

Ouvi um irmão dizer que um pregador famoso falou numa entrevista que estes muitos evangelhos pregados no Brasil fazem parte da multiforme sabedoria ou da multiforme graça de Deus. Ele teria citado o texto de Paulo aos Filipenses para justificar a sua resposta num debate na rádio:

“Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias. Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” (Fp. 1:15-18).

Apesar do respeito que tenho por este homem de Deus eu discordo da sua resposta. Quando Paulo falou aos filipenses não se referiu aos muitos evangelhos de sua época, ele falou dos motivos que haviam em vários para pregarem a Cristo. Era Cristo que estava sendo pregado. Uns faziam por uma motivação errada, como a inveja e a porfia, outros de boa vontade, os discípulos do seu relacionamento, por amor. Paulo estava alegre porque Cristo estava sendo pregado, por pretexto ou por verdade isso não era mais importante do que a verdadeira semente do evangelho estar sendo semeada nos corações dos homens.

De forma diferente Paulo reagiu quando outro evangelho estava sendo pregado:

“Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho” (Gl. 1:6).

Isso o apóstolo não tolerava, pois sabia que se a verdade do evangelho, Cristo, for omitida na sua proclamação, toda a colheita se perde, pois os homens crerão em mentiras, como é muito frequente em nossos dias. Paulo chega a amaldiçoar e a advertir com firmeza sobre a proclamação de outros evangelhos.

“Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema” (Gl. 1:8,9).

Vejam amados que o perigo maior está na semente e não no semeador. Se pregamos certo com a motivação errada o maior prejudicado é quem prega. Já se pregamos o evangelho errado, mesmo com a motivação certa, podemos ser amaldiçoados, pois o dano será nos ouvintes. O ideal apostólico Paulo manifestou ao seu filho Timóteo:

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (i Tm. 4:16).

O importante é que a prática da Palavra salve a nós mesmos e aos nossos ouvintes. Esta, com certeza, é a vontade de Deus.

ESTAMOS INCUMBIDOS DA DEFESA DO EVANGELHO– Filipenses 1:18

No amor do Senhor Jesus,

Sérgio Franco
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