Reflexões

Um princípio eterno: obediência

Recentemente, vi uma entrevista de uma psicóloga que se encontrava indignada com a forma como muitos pais lidam com a desobediência de seus filhos. Ela se referia a algo muito comum hoje: pais com medo de se impor como autoridade, dizendo que não querem mandar em seus filhos, e sim, que querem ser amigos deles. Ela falava da grande oposição que muitos fazem entre a amizade e a obediência. Mostrava como as crianças estavam com dificuldades em respeitar ao professor em sala, devido à falta de limites e respeito aos mais velhos e às autoridades em geral.

De fato, autoridade e obediência se tornaram temas muito difíceis de serem abordados hoje em dia. Nossa visão sobre esses assuntos está muito distorcida pelo mundo. Mas é necessário observar que para Jesus a obediência é algo indispensável e inegociável. Ele disse aos seus discípulos: “Vocês serão meus amigos, se me obedecerem”.

Jesus era Senhor e amigo. Isso não significava que Ele não requeria total obediência. Até em nossa amizade com Jesus é indispensável a obediência.

Ao olharmos para a história de Israel, vemos na vida do rei Saul alguém que perdeu completamente o senso de obediência. Ele, sendo Rei, desobedeceu a uma ordem dada pelo sacerdote Samuel. Achou melhor fazer o que, em sua concepção, seria mais prático na ocasião. Saul tinha uma palavra clara: deveria esperar a chegada de Samuel para oferecer o sacrifício. Ora, Samuel demorou a chegar, e Saul “se convenceu” de que precisava oferecer o holocausto, para que o povo não se dispersasse (1 Sm 13.12). Aos olhos de Saul isso poderia ser uma justificativa piedosa e nobre. Mas, em outras palavras, Saul estava acusando a Samuel de ter se atrasado, ao invés de olhar para sua própria desobediência à Palavra. O suposto “atraso” de Samuel não fez com que Deus invalidasse um princípio. Os aparentes “erros” dos outros não nos isenta de obedecer incondicionalmente à Palavra de Deus.

Naquela ocasião, Saul começou a se ver na mesma função de Samuel. Já não se enxergava como alguém que devia obediência ao sacerdote. E é exatamente isso que pode mover alguém a não obedecer. A confusão que surge por não entendermos nosso papel nos faz esquecer da obediência.

Mas quando olhamos para a vida do rei Davi, o sucessor de Saul, vemos seu zelo em honrar às autoridades. Será por acaso que Deus escolheu Davi para ser Rei? Alguém pôs uma arma em sua cabeça obrigando-o a obedecer a Saul em toda situação difícil que passou? Certamente não. Mas, Davi conhecia os princípios pelos quais Deus age. Por isso, Deus o chamou de homem segundo o Seu coração. Penso que nos tempos de hoje, poucos se submeteriam a passar pelo que Davi passou com seu líder Saul. É claro que todo mal que Saul causou a Davi foi injustificável, agindo como um líder louco. Mas, é certo também que há poucos corações como o de Davi, que sabia que, acima de Saul, reinava o Senhor sobre Israel.

Tenho consciência da dificuldade que é para nossas mentes pós-modernas viver uma palavra como essa. Mas, a essência que permanece é que a Palavra de Deus não mudou e que Deus não mudou seus princípios. Por isso, precisamos ainda hoje reconhecer: O Senhor reina sobre nós e reina sobre os que nos governam. E eu, escolho obedecer.

Ana Carolina de Assis Brum Pires
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