Reflexões

Cansei de consumir

Antes de tudo, quero agradecer a Deus a oportunidade de dividir um pouco da minha história com você. Atualmente tenho 36 anos, moro em Curitiba e conheço Jesus desde 1997, ou seja, há 16 anos. Fui criada pela minha mãe e avó. Conheci meu pai, mas nunca tive um relacionamento de proximidade com ele, o que trouxe ao menos duas consequências ruins para minha vida. Em primeiro lugar, como meu pai biológico foi ausente, isso contribuiu para que minha visão de Deus como Pai fosse distorcida e que eu tivesse a sensação de que Deus falharia em algum momento comigo. A outra consequência foi que, sendo criada numa casa onde só havia mulheres, desde muito pequena ouvia que “mulher não podia depender de homem algum”, e que eu precisava crescer e ser independente, alcançando as coisas pelo meu próprio esforço.

Aos 20 anos conheci Jesus e minha vida mudou. Contudo, essa mudança foi apenas de religião: deixei de ser budista e me tornei evangélica. Somente em 2004, sete anos após conhecer o evangelho, abracei o Reino de Deus. Compreendi, então, que Jesus não era somente meu salvador, mas sim o meu Senhor. Essa verdade me transformou a partir daquele momento, e tem me transformado até hoje.

Mas, mesmo tendo consciência da soberania de Jesus e que Ele deveria ocupar o centro da minha vida, eu não entreguei todas as áreas da minha vida aos Seus cuidados. Eu ainda era uma pessoa muito insegura, cheia de autocomiseração, tinha uma necessidade imensa de ser aceita, amada e admirada. Tudo isso me levou a não ser uma pessoa autêntica e transparente com quem estava a minha volta. Além disso, eu permanecia com uma prática de vida aprendida na infância: a de ser “dona do meu próprio nariz”, ou seja, independente. Então, quem fazia as coisas acontecerem na minha vida era “o meu braço”. Não me rendia aos braços de Deus e aos cuidados da família dele na terra: a igreja.

Então, em 2012 ouvi uma mensagem que falava sobre ser íntegro com Deus, estar totalmente rendido a Ele. E ali o Espírito Santo me falou que eu não estava ainda totalmente rendida. Confesso que fiquei indignada comigo mesma. Como eu poderia conhecer Jesus há tanto tempo e mesmo assim não estar totalmente rendida? Fui à frente, no apelo, e orei a Deus: “Senhor, sei que tenho feito minha vontade e que não sou integralmente sua, mas quero levantar daqui uma nova pessoa essa noite”. E foi assim que aconteceu, graças a Deus! Desde aquele momento pude perceber uma mudança em minha vida. Deixei tudo àquilo que estava me afastando de Deus: a independência, que leva a uma vida desordenada, a necessidade de ostentar uma imagem que não era a verdadeira. Fui liberta do que me afastava de Deus, e pude ser discipulada e cuidada pela igreja de uma forma mais profunda. Comecei a solucionar questões em minha vida que só geravam ansiedade em mim. Enfim, deixei de ser consumista da igreja e me comprometi com sua construção.

Meu relacionamento com o Senhor mudou e hoje tenho consciência que fui chamada para ajudar a construir o maior projeto da história: a Igreja. Jesus deu a vida por ela, e quer entreguemos nossa vida pelos nossos irmãos (I Jo. 3:16). Isso é dar seu tempo, sua atenção. É se dedicar ao outro. Não adianta ser somente uma consumidora (ouvir a palavra), mas precisamos ouvir e praticar, construir, tomar parte na obra. Isso é o que vai transformar sua vida e a de muitas pessoas à sua volta. Lance-se na construção da igreja, ao invés de somente consumi-la.

Seja uma ovelha que trabalha, para não ser uma ovelha que dá trabalho, como eu fui durante alguns anos. Sou grata a Deus pelos meus pais e líderes espirituais, que são presentes que o Senhor colocou em minha vida. Sou grata pela paciência e dedicação, vejo Jesus por meio de suas vidas e amor.

E para finalizar, quero convidar você que está lendo esse texto a realmente se render a Deus, entregando seus sonhos e planos pessoais, para se comprometer, de todo o coração, com a construção do projeto do Pai.

Patricia Gonçalves

Conexão Eclésia
Últimos posts por Conexão Eclésia (exibir todos)

Conexão Eclésia

Amamos a Jesus, por isso lutamos por Sua vida na Igreja.