Reflexões

O risco da satisfação

É muito bom olhar para o passado e perceber o quanto nossa vida já foi transformada por Cristo. É uma alegria constatar que pecados foram vencidos, limites superados, medos arrancados e feridas foram curadas. Já não somos os mesmos que éramos antes de conhecermos Jesus. Lembrar disso nos traz consolo, além de ser um exercício necessário para despertar em nós gratidão e louvor a Deus. Contudo, se o alvo de nossas vidas não estiver claro em nossas mentes, um exercício tão necessário pode implicar em um grave risco: o de nos acomodarmos no atual estágio de nossa vida cristã.

A transformação que Deus fez em nós pode ser usada como uma desculpa para tolerarmos nossos pecados de hoje. Afinal, ao nos compararmos com quem nós éramos, julgamos que melhoramos muito. Consideramos que já fomos piores, e por isso estacionamos em nossa caminhada. Mas isso é um grave erro, pois a referência com a qual devemos nos comparar não é o nosso passado, mas o Senhor Jesus. Fomos eleitos para sermos semelhantes a Jesus (Rm. 8:28-29). Aquele que diz que está em Cristo, também deve andar como Ele andou (I Jo. 2:6). Se nos compararmos com quem éramos, talvez veremos que avançamos muito, mas se olharmos para o alvo que o Pai tem para nós, perceberemos que ainda temos muito a avançar. E não temos tempo a perder nessa caminhada. Ainda não é tempo de parar.

Não podemos nos acomodar ao ver o quanto já alcançamos em Cristo. Lembrar da obra que Ele fez em nós deve ser um ânimo para seguirmos avançando, pois nos deixa conscientes de que o mesmo poder que operou em nós no passado, continua agindo para vencermos as lutas de hoje. O Espírito Santo continua habitando em nós. Se tivermos uma postura tolerante com o nosso pecado de hoje, entristeceremos o Espírito Santo (Ef. 4:30), e poderemos apagar o poder que trabalha em nossa transformação (I Ts. 5:19).

Portanto, que a lembrança do quanto já avançamos nos impulsione a seguir crescendo em nossa vida cristã. E que a cada dia renovemos nosso compromisso de correr “com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé” (Hb. 12:1-2).

Em Cristo,
Anderson Paz