Ensino

Quando Deus é o juiz

Muito provavelmente, diante da afirmação de que Deus é o juiz, a lembrança da maioria de nós é remetida à declaração de Jesus em Mt. 7:1 – “não julgueis, para que não sejais julgados”. De fato, só quem entende e crê que Deus é o juiz, se torna capaz de cumprir esse mandamento. Contudo, em que consiste esse “não julgueis”?

Certamente Jesus não está condenando que nós avaliemos a conduta de nossos semelhantes, até mesmo porque no mesmo capítulo, ao falar sobre os falsos profetas, Jesus diz: “Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins” (Mt. 7:16,17). Tampouco Jesus está ensinando que não devemos tomar nenhuma atitude diante do erro de nossos irmãos. Jesus não diz que, por termos uma trave em nosso olho, devemos deixar nosso irmão com um cisco. O mandamento é claríssimo: “Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão” (Mt. 7:6). Tiramos a trave de nosso olho para podermos ajudar nosso irmão a tirar o cisco. O “não julgueis” não é uma justificativa para a negligência e omissão. Muitas vezes a covardia se esconde atrás do mau uso das palavras de Jesus.

Com o “não julgueis”, Jesus está chamando a nossa atenção para os critérios que usamos ao avaliar uma conduta, pois logo no versículo seguinte, Ele prossegue dizendo: “Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês” (Mt. 7:1). O que Jesus reprova é o julgamento a partir de critérios pessoais, de parâmetros humanos. Deveríamos lembrar que a sabedoria que não vem do alto é terrena, animal e diabólica (Tg. 3:15).

Quando entendemos e cremos que Deus é o juiz, renunciamos a nossos parâmetros de julgamento, e entendemos que só há um critério pelo qual todos nós seremos julgados. Como disse Jesus: “Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo; porque eu não vim para julgar o mundo, e sim para salvá-lo. Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia (Jo. 12:47,48).

Aquele que tem Deus como seu juiz passa a enxergar sua própria vida e tudo mais a partir da ótica da Palavra. Por isso, ao afirmar que Deus é o juiz, examine sua vida à luz da Palavra, e se deixe ser confrontado e repreendido por ela.

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Anderson Paz

Servo Livre
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