Ensino

Vida cristã levada a sério

João declara em sua primeira carta que se andarmos na luz, temos comunhão uns com os outros e o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado (I Jo; 1:7). Talvez, ao ler esse versículo, você já tenha se perguntado sobre o significado, em termos práticos, da expressão andar na luz. Em resposta a essa pergunta, o Evangelho de João nos apresenta uma contribuição valiosíssima ao dizer que “quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus” (Jo. 3:20,21). A partir desse texto, chegamos a uma conclusão: luz é o ambiente em que as obras de uma pessoa são manifestas, sejam elas boas ou más. Paulo está em plena consonância com essa declaração ao dizer: “não participem das obras infrutíferas das trevas; antes, exponham-nas à luz. Porque aquilo que eles fazem em oculto, até mencionar é vergonhoso. Mas, tudo o que é exposto pela luz torna-se visível, pois a luz torna visíveis todas as coisas” (Ef. 5:11-13).

Andar na luz é viver de modo que suas obras sejam manifestas. Mas, manifestas a quem? Certamente todas as coisas já são visíveis a Deus. Nessa resposta, Tiago tem muito a nos ensinar ao dizer a quem nossas obras devem se tornar visíveis: “Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados” (Tg. 5:16a).

A experiência de andar na luz consiste em viver de modo transparente, no que diz respeito as nossas próprias vidas, e honesto, no que diz respeito ao que pensamos de nossos irmãos. Precisamos viver de tal modo que as pessoas saibam quem nós somos, sem máscaras e sem disfarces. Por isso, é indispensável que, em meio à comunidade dos discípulos, tenhamos pessoas para as quais possamos expor nossos corações, não como uma mera confidência ou desabafo, mas para buscar ajuda na transformação de nossas vidas conforme o caráter de Cristo. Essa ajuda pode vir na forma de consolo, como também na forma de confronto,e sempre será necessária, indispensável para quem leva a vida cristã a sério.

Portanto, uma vez que somos filhos da luz, filhos do dia (I Ts. 5:5), andemos como quem não tem o que ocultar: não devemos ter nada com as trevas, com a noite.

Anderson Paz